sexta-feira, 2 de setembro de 2011

“O Campus de Chapadinha avançou em 04 anos mais do que em 23 anos de existência”, diz Jocélio Araújo.

Jocélio dos Santos Araújo - atual diretor do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão (CCAA/UFMA) e candidato à reeleição – é paraibano de Mari, cidade localizada a 60 km de João Pessoa. Doutor em Zootecnia pela Faculdade de Lavras-MG, chegou a Chapadinha em março de 2007 e trouxe na bagagem, além de conhecimento técnico, uma enorme vontade de contribuir para o crescimento do nosso município e também do Campus Chapadinha. “Como nordestino, sinto-me vinculado a esta região e no dever de dar a minha contribuição”, diz.

Jocélio Araújo foi eleito diretor do CCAA em 2007, concorrendo com as professoras Cláudia Melo e Isabel Vitorino. Na época, obteve a maioria dos votos de alunos e técnicos administrativos. “Meus posicionamentos sempre foram firmes. Acho que ganhei simpatia entre os colegas porque eles perceberam isso e passaram a acreditar no nosso projeto”. Com uma experiência administrativa acumulada em vários anos de trabalho (além de diretor do CCAA, ele foi coordenador de curso e diretor de órgão suplementar na Universidade do Estado do Paraná), Jocélio Araújo entra novamente na disputa pela direção do Campus de Chapadinha. A eleição ocorre no dia 16 de setembro. Nesta entrevista, Jocélio Araújo fala sobre os problemas enfrentados pelo CCAA, as conquistas obtidas e as perspectivas do Campus para o futuro.

Que problemas o senhor teve de enfrentar quando assumiu há quatro anos a direção do Campus de Chapadinha?

Jocélio Araújo – Quando iniciamos nossas atividades, em 2006, encontramos diversos problemas: as obras estavam paralisadas e a área do Campus invadida. Não havia pavimentação. Faltavam computadores. Os estudantes não tinham bolsas. O número de professores era pequeno. O CCAA corria o risco de fechar, devido ao baixo número de alunos aprovados no vestibular tradicional. Também tínhamos problemas de energia, conexão com internet e climatização.
Quais foram as primeiras medidas tomadas pelo senhor e sua equipe para tentar resolver esses problemas?
Jocélio Araújo – As obras na universidade estavam paralisadas quando assumimos, pois a empresa responsável estava falida e não pagou os fornecedores. Tomamos a frente dessa situação e entramos com ações na Justiça para desbloquear o recurso da construção do prédio principal e retomar as atividades. Por causa disso conseguimos aprovar um novo projeto que culminou não só na conclusão do prédio principal, mas em uma série de obras: galpão de máquinas e implementos agrícolas, galpão de insumos, galpão da fábrica de ração e Unidade de Estudos Biológicos. Atualmente estamos concluindo a pavimentação e a urbanização do Campus, com a drenagem das vias de acesso. Também estamos construindo o ginásio de esporte, o restaurante universitário e as novas guaritas, para garantir mais segurança.
Se as obras estavam paralisadas, onde funcionava o Campus de Chapadinha e quais as condições de trabalho e infra-estrutura?
Jocélio Araújo – foi um período bastante difícil que tivemos de atravessar. Iniciamos as nossas atividades numa escola municipal que contava apenas com 04 salas de aula, sendo uma para cada curso (Agronomia, Zootecnia e Biologia). A outra sala servia para todos os outros setores administrativos (administração, secretaria acadêmica, coordenações de curso, biblioteca, almoxarifado, etc.). Com o tempo, conseguimos alugar primeiramente o prédio da paróquia de Chapadinha e depois o prédio do Colégio Francisco Almeida Carneiro (FAC).
Quanto aos computadores, conexão com internet e climatização: como era situação e o que foi feito?
Jocélio Araújo – No começo das aulas havia apenas 02 computadores (sendo que um deles era emprestado da prefeitura). Hoje temos mais de 50, todos ligados em cabo de fibra ótica, via satélite. Já está em licitação uma operadora que vai fornecer o sinal de Wireless, a fim de que todos possam acessar com mais facilidade em qualquer lugar do Campus. Também construímos uma subestação de energia no Campus. Isso garantiu a climatização do prédio principal, incluindo sala de professores, biblioteca e auditório. Já adquirimos mais de 60 aparelhos de ar-condicionado e estamos conseguindo mais 88. Nosso objetivo é climatizar totalmente as salas de aula, dando maior conforto aos estudantes.
Em relação aos professores, o que mudou de lá para cá?
Jocélio Araújo – O número de professores e a qualificação deles cresceram vertiginosamente. No começo, eram apenas 32 professores. Hoje temos 53 - a maioria deles com doutorado. Isso ocorreu porque conseguimos a aprovação do doutorado interinstitucional (DINTER), o que possibilitou melhoria da capacitação dos nossos docentes. Foi uma conquista da nossa gestão. A projeção para 2014 é que mais de 94% dos nossos docentes sejam doutores. Isso nos coloca numa situação igual ou até mesmo superior a grandes centros universitários do país.
Como andam as políticas de assistência estudantil no Campus de Chapadinha?
Jocélio Araújo – Estabelecemos convênios de cooperação técnica internacional com a Universidade do Porto e com a Universidade de Coimbra. Essa bolsa de mobilidade estudantil foi obtida junto à iniciativa privada, com o grupo Santander. Com isso, alunos que antes não tinham esperança nenhuma de fazer a pós-graduação (mestrado ou doutorado), hoje estão saindo na graduação pra estudar em qualquer universidade federal brasileira. Temos exemplos de alunos que saíram daqui para a Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Ceará (UFCE) e Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). Também tivemos alunos aprovados na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul e Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Jocélio Araújo – E as bolsas?
Quanto às bolsas, em 2006 não tínhamos nenhuma. Posteriormente apareceram trinta bolsas de assistência estudantil. Hoje são mais de 100 cem bolsas - entre bolsas de assistência estudantil, bolsa PIBID, bolsa PIBIC, bolsa de mobilidade acadêmica e bolsa de iniciação científica. Também dobramos o valor da bolsa de assistência estudantil, que antes custava apenas R$ 100,00 (cem reais).
Sabe-se que a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (SISU/MEC) em 2010. Quais as conseqüências disso para os alunos e para o CCAA?
Jocélio Araújo – A substituição do vestibular tradicional pelo Sisu foi um passo importantíssimo para o desenvolvimento do CCAA. Isso evitou o fechamento dos cursos e garantiu que a universidade permanecesse no município de Chapadinha. Hoje não corremos mais o risco de fechamento dos cursos, nem temos problema com aprovação. Se antes, tínhamos turmas de cinco, seis ou dez alunos, atualmente temos sempre turmas fechadas de 40 alunos. Por semestre, entram 120 alunos.
Uma das maiores reivindicações de alunos é em relação ao transporte.  O que está sendo feito para resolver esse problema?
Jocélio Araújo – Estamos tentando resolver esse problema há algum tempo. Mas esse tipo de serviço deve ser concedido pelo poder público municipal, não sendo de responsabilidade da universidade. Em diversas vezes tivemos audiência com a prefeita e enviamos documentos solicitando providências. Não só a direção do CCAA, mas a própria reitoria. Mobilizamos inclusive o serviço de assistência social para pleitear essa questão, o que culminou na abertura de um edital para concessão pública de transporte urbano coletivo. O objetivo é proporcionar linha de ônibus para universidade. Acreditamos que, após essa licitação, isso seja feito, o que vai beneficiar a todos.
Por que o senhor quer continuar como diretor do Campus de chapadinha e o que pretende fazer daqui pra frente?
Jocélio Araújo – Para consolidar um processo crescimento e progresso que essa universidade vem passando. Quando assumi a direção, nossa meta era fazer o Campus funcionar. Hoje nosso objetivo é outro: consolidar o CCAA no cenário nacional. Precisamos criar programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), mais bolsas, consolidar a revista científica, mais políticas de assistência, criar modalidades esportivas, viabilizar o transporte universitário e a alimentação estudantil. Como vamos conseguir isso? Com muito trabalho e seriedade. Principalmente com a colaboração valiosa de professores, alunos, técnicos e funcionários.

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